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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Dani Piedade vislumbra medalha no Mundial

O atletismo quase roubou da Seleção Brasileira de Handebol uma de suas estrelas. Em 1995, aos 16 anos, a pivô Dani Piedade, como é chamada, ainda era Daniela de Oliveira Piedade e competia no salto em distância e nos 100m rasos. Federada, a paulistana tinha o handebol apenas como mais um dos esportes que praticava na escola e nem imaginava que, hoje, estaria às vésperas de disputar seu quinto Campeonato Mundial, em São Paulo, torneio em que espera conquistar uma inédita medalha.  
"Estamos evoluindo cada vez mais e acredito que essa é uma das melhores equipes que o País já teve. A maioria das meninas joga na Europa e está acostumada com carga grande de treinamentos e jogos. Estamos confiantes e, com certeza, vamos superar 2005", disse a jogadora, referindo-se ao sétimo lugar no Mundial da Rússia, melhor colocação do Brasil na história da competição. "Eu, particularmente, acredito no bronze. Claro que precisamos ter espírito de grupo e jogar bem, mas o nível do nosso handebol nos coloca entre as primeiras. Se pensarmos pequeno, não alcançaremos nosso objetivo", completou.
Depois de quatro edições - Itália/2001, Croácia/2003, Rússia/2005 e França/2007 - Dani sentirá o gosto mais do que especial de competir em casa. "Vai ser emocionante. O coração está a mil e a ansiedade é imensa. Quando entrei no avião, no caminho para o Brasil, a hora não passava. Vai ser muito importante contar com o apoio da família e de toda a torcida brasileira, que poderá nos conhecer um pouco mais."
O pai de Dani, seu Francisco, teve papel fundamental em sua escolha. Foi ele quem deu um empurrãozinho decisivo para o futuro da filha. "Eu estava cansada, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo na escola e treinava praticamente sozinha para o atletismo. Então, ele falou para eu optar por uma modalidade e eu fiquei com o handebol", contou a jogadora, hoje com 32 anos.
A partir daí, a carreira da pivô deslanchou. Em 1997, fez teste na Hebraica (SP) e passou. Jogou lá até 1998. Nos três anos seguintes, atuou no Jundiaí, time em que conheceu a então técnica Rita Orsi, atual supervisora da Seleção. Em setembro de 2001, quando tinha 21 anos, o austríaco Hypo bateu em sua porta. "O clube veio fazer uma temporada no Brasil. Um empresário me viu jogando e fez uma proposta. Fui para a Áustria no começo de 2002 para atuar na base. Em seis meses, comecei no time principal e, em 2003, estreei na Champions League (Liga Europeia)."
O começo foi muito difícil, especialmente pela dificuldade do idioma e por causa do frio. "Cheguei no inverno, com neve. Eu treinava de três a quatro vezes por dia, era bem puxado. Além disso, as atletas de lá, na época, não acreditavam no meu potencial. Tive de batalhar bastante para mostrar o quanto sou capaz. Graças a Deus, acho que hoje tenho reconhecimento, não só dentro da equipe, mas na Europa toda. Valeu muito a pena", lembrou-se Dani, que completa dez anos de Hypo em janeiro e abriu as portas para uma parceria entre o clube europeu e a Confederação Brasileira de Handebol (CBHb): hoje, o time conta com oito atletas do Brasil.
Na Seleção adulta, Dani acumula 11 anos de história. Sua estreia foi em novembro de 2000, em uma edição do Pan-Americano de Seleções, competição em que conquistou o título quatro vezes. Ela também tem na bagagem o tricampeonato dos Jogos Pan-Americanos (Santo Domingo/03, Rio de Janeiro/07 e Guadalajara/2011).
Em clubes, tem os títulos paulista e brasileiro com o Jundiaí e, pelo Hypo, levantou nove taças da Liga Austríaca, tendo sido eleita a melhor pivô nas últimas seis edições. Além disso, disputou duas finais da Champions, ficando com duas pratas. Outras competições que marcaram a vida de Dani  foram as Olimpíadas de Atenas/2004 e de Pequim/2008, além dos quatro Mundiais. Do último - China/2009 -, não pôde participar por conta de compromissos com o seu time. Agora, o sinal está verde para fazer, mais uma vez, história. 

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